O quadro da comunicação...

Posto isto, podemos reflectir sobre tudo o que foi dito e verificar que a comunicação se assemelha, em grande parte, a um quadro. Transmitindo uma mensagem que é preciso descodificar (tendo em conta o contexto em que ocorre), a comunicação envolve um emissor e um receptor, bem como a interacção entre ambos (que é invisível). Tal como quem pinta um quadro, o resultado obtido é a soma de todos os contributos dados, por todos os intervenientes, que ganha forma num conjunto harmonioso que pode ser interpretado por todos. A verdade é que, tal como numa exposição, nem sempre conseguimos apreender o sentido dado pelo artista a uma obra, o que se pode também verificar durante uma comunicação – distorções comunicacionais. Mas se pedirmos ao autor da obra que nos explique aquilo que pretendia transmitir, através da metacomunicação, conseguimos alcançar a verdadeira essência da obra, tornando a comunicação saudável. Esta é uma obra que vai sendo conseguida aos poucos, implicando uma constante integração de nova informação, que o pintor tenta introduzir de uma forma coerente e agradável no seu quadro. Por isso mesmo, na comunicação em que estamos directamente envolvidos todos somos, ao mesmo tempo, pintores ou criadores, que intervém directamente na edificação da sua obra, e espectadores, que interpretam a mensagem transmitida pelo resultado final.

NOTA: Tomei a liberdade de introduzir esta imagem, uma vez que a sua autora é uma amiga muito especial, que não a tendo criado com o propósito de ilustrar este meu espaço, ma cedeu (pois considero que se relaciona com o tema de forma íntima), com enorme amabilidade. Obrigado, Ana!