segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Máquina Registadora - Análise Crítica

Partindo do mesmo conjunto de factos que nos foi apresentado no início, cada grupo constituiu uma história significativamente diferente da dos restantes grupos. Ao mesmo tempo, todas as histórias conseguidas se mantiveram de acordo com a história inicial. Tal foi possível uma vez que cada grupo introduziu nova informação às instruções iniciais, que se revelavam insuficientes, permitindo a criação de um contexto que sustentasse a sua história. Neste sentido realizámos um reenquadramento, ou seja através da formulação da história transformámos o contexto mas não alterámos os dados da situação. Tentámos “encontrar um novo quadro” na tentativa de promover mudanças de tipo II. Essas mudanças de natureza estrutural, qualitativa, evolutiva e descontínua apenas podem ser produzidas a partir do exterior do sistema, através da perturbação introduzida que permite modificar as premissas que governam o sistema. Desta forma ao reenquadrar a história inicial, introduzimos mudanças de segunda ordem, que se reflectiram na história conseguida no seio de cada grupo. Assim, a nossa “imaginação”, que nos permitiu desenvolver histórias bastante distintas entre os grupos, não é mais do que a construção que fazemos das realidades de segunda ordem, sendo, estas realidades construídas sobre a realidade, infinitas – princípio da variabilidade das realidades subjectivas.
Posto isto é possível afirmar que o reenquadramento realizado foi possível uma vez que houve uma compreensão precisa das regras de funcionamento do sistema e uma definição clara das mudanças desejadas, ao mesmo tempo que se clarificaram os mecanismos que a podiam promover. Por outro lado a intervenção terapêutica foi encarada como pertinente e aceitável para o sistema, sendo realizada ao nível da dimensão comunicacional do mesmo (mensagens, interacções e representações). Será ainda importante salientar que não existe uma imagem única dos factos, uma solução única.

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